A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta quinta-feira (5), Sessão Solene para concessão do Diploma Napoleão Laureano de Honra ao Mérito das Ciências Médicas a enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá pela criação, desenvolvimento e implantação do projeto “Hora do Colinho”. A homenagem foi proposta pelo deputado Taciano Diniz e aprovada por unanimidade no plenário da Casa Epitácio Pessoa. A solenidade contou ainda com a presença do deputado Jutay Meneses.
A paraibana Mariluce Ribeiro de Sá, especialista em Enfermagem em UTI neonatal e pediátrica, desenvolveu e implantou no estado o projeto “Hora do Colinho”, atualmente, sendo de grande repercussão e exemplo em todo território nacional. O deputado Taciano Diniz explicou que a iniciativa conseguiu melhorar ainda mais a assistência ao recém-nascido, através das boas práticas e um cuidado humanizado, além de minimizar os danos que possam ocasionar a falta da presença materna, do pai ou familiares.
“Trata-se de uma enfermeira comprometida com os cuidados aos recém-nascidos, que através de um estudo desenvolveu este método de acolhimento àqueles que por algum motivo não tinham nas suas primeiras horas de vida o afeto, o carinho e a proximidade com suas genitoras. A demonstração de afeto através do colinho terapêutico ameniza o estresse e facilita a recuperação, podendo minimizar o tempo de internação. Com a implantação do projeto foi possível observar ganho ponderal de peso, alta mais precoce e melhora do quadro clínico do bebê”, afirmou o deputado.
O deputado Jutay Meneses acrescentou que o Projeto Hora do Colinho nasce de “um gesto solitário e voluntário, que repercute na vida, na salvação de muitas crianças”. “Um gesto de amor que toda a Paraíba e o Brasil inteiro tomam conhecimento. Desenvolvido de forma espontânea, que mostrou a todo os pais a importância do afeto, da transmissão do amor. Parabenizo a enfermeira Mariluce e em seu nome, todos os enfermeiros que tanto se dedicam pela saúde do nosso povo”, declarou o deputado.
Emocionada, Mariluce Ribeiro agradeceu a homenagem e comemorou a implantação do projeto como lei, tanto em âmbito municipal, quanto estadual, e que serviu de base para outros estados brasileiros, a exemplo do Ceará. “Que mais projetos dessa natureza sejam colocados em prática e sigam de exemplo. O que é bom, a gente tem que multiplicar”, comentou a enfermeira.
Segundo ela, o projeto estava integrado à política de humanização da maternidade Frei Damião que, durante a pandemia, foi instituída como Centro de Referência da Covid para grávidas e recém-nascidos. “Tivemos, infelizmente, 25 óbitos maternos por Covid. Os efeitos dessa separação logo foram avaliados pela equipe e resultou na oferta de colo e toque para redução do estresse. Mais na frente, institucionalizamos esse momento e ele recebeu o nome de Hora do Colinho”, explicou.
“A Hora do Colinho não é um método, apenas um colo de acalento e de amor. Nada mais que um cuidado de enfermagem. Algo que já é da nossa essência. A enfermagem é ciência, mas também é amor e empatia. A mão que cura também tem um colinho que acalenta. Abracem a enfermagem, porque somos gigantes”, completou a enfermeira Mariluce Ribeiro.
Também participaram da sessão solene a diretora do Hospital Maternidade Frei Damião Selda Gomes; o vereador de João Pessoa, Marmuthe Cavalcanti; além de médicos, enfermeiros, familiares e amigos da homenageada.
Mariluce Ribeiro de Sá é enfermeira, sanitarista e técnica de Enfermagem, membro efetivo da CONATENF (Comissão Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem) do COFEN, membro da Comissão Pós Tec. do COFEN, e Mestre em Ciências da saúde.
PROJETO HORA DO COLINHO
O Projeto Hora do Colinho é reconhecido nacionalmente, já tendo sido aprovado no Conselho Federal de Enfermagem por unanimidade, através de parecer técnico normativo COFEN nº 201/2021. O Conselho considerou a prática um procedimento que traduz perfeitamente a essência da Enfermagem e devendo este cuidado fazer parte das prescrições do cuidado de Enfermagem, garantindo a sistematização da assistência de Enfermagem. Por isto esta prática não só deve ser utilizada, como divulgada e multiplicada em outras instituições hospitalares.
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